A Soltour Travel Partners parece ter arrancado 2023 em grande porque, até ao momento, regista uma ocupação com números superiores a 2019. Em declarações à Ambitur.pt, Luís Santos, diretor Comercial do operador turístico para Espanha e Portugal, garante que as reservas refletem a oferta de “produtos extremamente atrativos”.

Para este verão, a aposta continua a ser nos destinos habituais, como as Caraíbas, ilhas espanholas, Marrocos e Cabo Verde: “seremos o único operador a voar diretamente para Samaná, na República Dominicana, a partir de Lisboa, com um charter semanal direto em vigor de 30 de junho a 8 de setembro, com 432 lugares”, afirma o responsável.
Também o charter direto para a Albânia, na época quente, é uma oferta interessante, com pacotes de sete noites e voos feitos pela Air Albania com destino a Tirana. Esta operação decorre entre 25 de junho e 3 de setembro, a partir de Lisboa e do Porto – “uma aposta nova que resultou da nossa investigação junto do mercado e da conclusão, já muito discutida, de que os portugueses anseiam por novas geografias”.
“Trabalhamos continuamente para providenciar um portfólio de serviços robusto e completo aos nossos clientes, que são as agências de viagens”
É de relembrar que a Soltour assinou, durante a BTL 2023, um acordo de colaboração com o Instituto do Turismo de Cabo Verde, para promover o turismo no destino: há programas para as ilhas do Sal e da Boa Vista, a partir da capital e da invicta, de junho a setembro.
Neste sentido, o operador turístico confirma que nos últimos meses tem assinado diversos acordos e alianças com parceiros do setor, com o objetivo de “reforçar a qualidade e a amplitude da oferta”: “juntámo-nos à Luxotour no sentido de capitalizar a experiência desse operador num conjunto de destinos muito atrativos, como Marrocos, Egito ou Jordânia”, começa por dizer Luís Santos, acrescentando ainda que estabeleceu igualmente acordos com a Guest Incoming “para lançar uma nova linha de negócios costeira especializada no segmento sol e praia”, com a Europamundo “para promover os circuitos internacionais” e com a WebBeds “para oferecer às agências uma maior cobertura de hotéis e alojamento”.
O mercado turístico para fora de Portugal tem oferta a mais?
O diretor comercial da Soltour diz que “o número de lugares disponíveis para os destinos que tradicionalmente se operam em Portugal aumentou”, porque há aviões de maior dimensão e porque cresceram as frequências semanais: “se temos oferta a mais só o tempo o dirá, porque acredito que, à semelhança do que já aconteceu com algumas operações, ainda outras poderão vir a ser canceladas, por falta de slots ou por fraca ocupação”.
“Enquanto o mercado não se “ajustar”, obviamente que o eventual excesso de oferta acabará por condicionar os preços de venda e o número de lugares que acabam por não ser vendidos”
A verdade é que a oferta excessiva irá acabar por condicionar a rentabilidade dos intervenientes no negócio, no caso dos operadores turísticos “porque perdem margem” e no caso das agências de viagens que são “remuneradas através de uma comissão”.
O mercado português é “prioritário”
O operador turístico está presente em território nacional há 25 anos e considera que “o consumidor português tem, por norma, uma avidez de descobrir o mundo”. Desta forma, as expectativas para o mercado em Portugal são positivas: “antevemos uma taxa de crescimento no volume de vendas, face a 2022, a rondar os 26%”, enfatiza Luís Santos.
Com isto, a Soltour continuará a trabalhar no sentido de “identificar e atender às necessidades dos clientes”, considerando que “ter preços competitivos também pode ser um fator-chave para conquistar novos clientes e aumentar as vendas”.
Todavia, o diretor comercial relembra que é preciso cautela nesta ambição de obter quota de mercado, pois não se pode sobrepor à sustentabilidade da empresa, “até porque a quota de mercado não é um ativo que se obtém e fica na empresa enquanto a mesma o desejar”.
Por Diana Fonseca