Começou hoje, dia 7 de junho, em Tomar, o 8º Fórum de Turismo Interno “Vê Portugal”, que tem como tema ““A Era pós-COVID-19 e o Turismo: olhos postos no futuro”. Na sessão de abertura, Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, fez questão de recordar que esta iniciativa foi desenhada para “tornar ainda mais visível numa agenda nacional a importância do mercado interno”, sobretudo no contributo destes territórios em matéria de ativo não só a nível de produto como também da operação e enquanto “ferramenta importante para combater a saturação de alguns dos nossos lugares mais massificados”. O responsável não hesitou em afirmar que “estamos crentes de que os destinos regionais não só reforçam a marca Portugal como ajudam a diversificá-la e posicioná-la, nomeadamente nos mercados onde somos particularmente competitivos.
[blockquote style=”1”]”O que reforça a nossa convicção da importância do mercado interno ao longo do ano económico, porque nos permite almofadar e mitigar problemas estruturantes, como a sazonalidade”[/blockquote]
O presidente do Turismo Centro de Portugal sublinhou ainda que um dos grandes eixos deste fórum se relaciona com restaurar a confiança e o crescimento. E exemplificou com os dados turísticos da região nos meses de fevereiro e abril de 2022. Cumulativamente, o Centro regista mais cinco mil dormidas em fevereiro deste ano face a igual mês de 2019; e em abril regista mais 15 mil dormidas face a abril de 2020; e mais 50 mil dormidas relativamente ao mesmo mês de 2019, só do mercado interno. “O que reforça a nossa convicção da importância do mercado interno ao longo do ano económico, porque nos permite almofadar e mitigar problemas estruturantes, como a sazonalidade”, refletiu. Por outro lado, trata-se também de uma oportunidade, prosseguiu Pedro Machado, para os novos territórios da chamada baixa densidade, que foram “descobertos” pelos portugueses em termos de “novas experiências e novas motivações”. E, frisa o orador, “isso vai ao encontro de um dos grandes objetivos do Vê Portugal: o eixo da chamada coesão territorial, o combate das assimetrias”. E, acrescenta, “o turismo não sendo a única indústria, é uma indústria extraordinariamente importante para a promoção dessa coesão”. Além disso, esclarece o dirigente, “o turismo é provavelmente a atividade mais democrática que existe, do ponto de vista económico, em Portugal”, sendo particularmente importante para as comunidades que o recebem e que encontram nesta indústria um ativo forte.
[blockquote style=”1″]”O contributo que tentámos dar nestas últimas décadas é muito forte para a consolidação e para este processo de regionalização para o qual o país pode vir a avançar, e para o qual nós temos feito escola ao longo dos últimos anos”[/blockquote]
No seu discurso de abertura, Pedro Machado fez questão ainda de salientar que as entidades regionais de turismo e as agências regionais de promoção turística, em convergência com a política pública, “têm feito um trabalho notável na consolidação do crescimento e são um dos setores, se não o setor, mais bem regionalizado nas últimas décadas”. E reforça: “O contributo que tentámos dar nestas últimas décadas é muito forte para a consolidação e para este processo de regionalização para o qual o país pode vir a avançar, e para o qual nós temos feito escola ao longo dos últimos anos”. Recordando que as ERTs foram criadas num Governo de Maria de Lurdes Pintassilgo, o presidente da Turismo Centro de Portugal não hesitou em afirmar que o seu modelo “tem-se mostrado atual e contemporâneo, capaz de receber e de implementar os desafios das várias agendas”.
[blockquote style=”1″]”Temos cada vez mais o dever de participar nesta discussão da forma como o investimento público é absolutamente estruturante para o desenvolvimento dos territórios, desde logo questões como a mobilidade aérea mas para nós, absolutamente crítico, a ferrovia”[/blockquote]
Outro fator que o orador procurou chamar a atenção é o facto de estes organismos terem uma voz cada vez mais ativa no investimento público. “Temos cada vez mais o dever de participar nesta discussão da forma como o investimento público é absolutamente estruturante para o desenvolvimento dos territórios, desde logo questões como a mobilidade aérea mas para nós, absolutamente crítico, a ferrovia”, disse. Pedro Machado lembrou que Portugal é um “país demasiado pequeno e, simultaneamente, um case, e pode significar um posicionamento internacional diferenciador se apostar na sua mobilidade suave, que nos permite diminuir a emissão da pegada carbónica”.