Apresentar medidas que possibilitem o aumento de número de chegadas de turistas de qualidade a Portugal e, em particular, em Lisboa é o objetivo da Summit Shopping Tourism & Economy Lisboa. Esta terça-feira, o Pestana Palace Lisboa é o palco da segunda edição da iniciativa.
“Mais um bom ano para o turismo”, começa por afirmar o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) Francisco Calheiros, destacando que, até setembro, Portugal recebeu “21 milhões de turistas”, aproximando-se dos “22,8 milhões de todo o ano em 2018”. O setor do Turismo afirmou-se como “essencial no desenvolvimento do país”, tornando-se no “12.º destino mais competitivo do mundo” no ranking de competitividade do turismo do Fórum Económico Mundial, indica o dirigente.
O grande desafio passa agora pelo saber “crescer com sustentabilidade, inovação e inteligência”. Mais do que conquistar prémios de Melhor Destino do Mundo, o presidente do CTP reforça a importância de “conquistar o coração de cada um que nos visita”, criando “motivação junto dos que ainda não conhecem” Portugal.
“Temos o mais difícil”, exclama o responsável, referindo-se a aspetos como a história, património, paisagem, cultura, sol e mar, a “hospitalidade única dos portugueses” e a um “enorme potencial de turismo de compras” que existe no país. Nesta vertente, estudo recentes apontam para um gasto de “400 a 500 milhões de euros” em turismo de compras. Francisco Calheiros acredita que existem oportunidades para criar condições neste setor, sendo Lisboa e Porto um bom exemplo. Os dados indicam que Portugal está a crescer de forma significativa em mercados não europeus que “permanecem mais tempo e gastam mais”, como o Brasil, China ou Estados Unidos da América (EUA). Francisco Calheiro destaca o reforço das rotas de longa distância da TAP, que registaram um “crescimento de 250% do número total de clientes de e para a América do Norte”. De forma a não “interromper este ciclo”, o presidente da CTP foca-se na questão do aeroporto, afirmando que o assunto “passe de matéria de discussão e que se torne uma realidade de uma vez por todas”. Com mais mobilidade, seja aérea, ferroviária ou rodoviária, “estes turistas podem deslocarem-se aos vários destinos”, saindo dos grandes centros urbanos como Porto e Lisboa. Também o investimento em recursos humanos é um “fator essencial” para o presidente do CTP, exemplificando com as “melhorias de qualificação” ou na “qualidade de vida dos trabalhadores”, alcançando a excelência do serviço. “Os turistas gastam em Portugal cerca de 2 milhões de euros por hora”, destaca o presidente da CTP, louvando todo o esforço que tem sido feito. “A nossa parte está a ser cumprida”, declara, apelando ao Governo para “garantir que este esforço não seja em vão”.
O problema da demografia esteve também em evidência. “Somos o 3.º país da Europa com menos crianças e jovens até aos 15 anos”, refere Calheiros, acrescentando a importância de criar mais incentivos às famílias, de forma a “encontrar um novo modelo de crescimento” que “não comprometa as próximas gerações nem o turismo”.